O videogame revoltado é um giro à esquerda no videogame independente, e rejeita:
1. A inserção na indústria e no mercado como objetivo maior, explícito ou não, de quem cria jogos;
2. A produção irresponsável de conteúdo;
3. Práticas exclusionárias diversas, oportunismos e fisiologismos disfarçados de "networking" e outros codinomes mirabolantes;
4. Qualquer discurso ou conduta que elitize o videogame ou silencie vozes menos empoderadas.
Alguns objetivos primeiros do videogame revoltado são:
1. Democratizar o acesso aos jogos;
2. Democratizar o acesso à criação de jogos;
3. Construir uma cultura do videogame para além do entretenimento e do consumo;
4. Estabelecer o hábito da crítica, da autocrítica, do diálogo e do debate;
5. Visibilizar vozes marginalizadas pelo videogame hegemônico;
6. Responsabilizar o uso do videogame como um instrumento discursivo.
Um jogo de videogame revoltado pode ser qualquer jogo, eletrônico/digital ou não, apresentado sob qualquer formato e concepção estética, construído com qualquer ferramenta, que esteja de acordo com as rejeições e objetivos mínimos listados acima.
Quanto às propostas de ação, o videogame revoltado pode tomar as seguintes formas (entre outras infinitas possibilidades):
1. A criação de jogos eletrônicos/digitais;
2. A criação de jogos analógicos que possam estar inseridos numa cultura expandida do videogame;
3. A criação de eventos e espaços de fruição coletiva do videogame (fliperamas, jogotecas, festas etc.);
4. Protestos contra acontecimentos e declarações nocivas à realização dos objetivos listados acima;
5. Sabotagem e/ou boicote de eventos ou instituições que contribuam para a manutenção, intensificação ou permanência daquilo que rejeitamos;
6. Criação e distribuição de publicações independentes (mídia online ou impressa, sob a forma de revistas, vídeos, zines, jornais etc.) que possam democratizar o acesso aos debates que dizem respeito ao videogame revoltado e assuntos que o atravessam;
7. Realização de oficinas e outros encontros que garantam o acesso à criação de jogos e o compartilhamento de seus conhecimentos específicos;
8. Formação de grupos de estudo/grupos de leitura para promover a apropriação teórica do videogame revoltado e assuntos que o atravessam.
Este documento não é um conjunto de leis gravadas em pedra. Seu objetivo é orientar aqueles que estão imersos ou em aproximação com a cultura do videogame, sentem-se descontentes com o estado de coisas que se apresenta na situação hegemônica, mas carecem de um repertório que alimente suas iniciativas. É seu objetivo, também, funcionar como uma "carta de princípios", ou seja, um instrumento de autocrítica para coletivos e indivíduos em sintonia com suas propostas. É, também, uma declaração de solidariedade aos marginalizados e dissidentes, e um convite para a ação transformadora e a organização social alternativa.
Este documento não é um conjunto de leis gravadas em pedra. Seu objetivo é orientar aqueles que estão imersos ou em aproximação com a cultura do videogame, sentem-se descontentes com o estado de coisas que se apresenta na situação hegemônica, mas carecem de um repertório que alimente suas iniciativas. É seu objetivo, também, funcionar como uma "carta de princípios", ou seja, um instrumento de autocrítica para coletivos e indivíduos em sintonia com suas propostas. É, também, uma declaração de solidariedade aos marginalizados e dissidentes, e um convite para a ação transformadora e a organização social alternativa.
Este documento foi escrito a várias mãos numa madrugada de dezembro de 2013 e está permanentemente aberto para atualizações. A divulgação e alteração deste documento é livre e encorajada, sendo da responsabilidade de cada interventor declarar a autoria das modificações.
Assinam esta versão (15/12/2013):
Pedro Paiva
Enric Llagostera
Bruno Ferreira
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