Traduzido por Enric Llagostera a partir do original.
(nota de tradução: tentamos manter a decisão da autora de escrever sem maiúsculas e favorecer o uso do gênero feminino na medida do possível)
exausta de ouvir relatos de pessoas minhas conhecidas sobre abusos, contas hackeadas, informações pessoais divulgadas, ligações telefônicas, batidas na porta de casas (em um caso) por ADHs (Ativistas de Direitos dos Homens), pessoas do 4chan, do Reddit ou que merda que seja, eu decidi finalmente olhar o 4chan para buscar entender o que está acontecendo. eu partilho do medo, que muitas outras mulheres que trabalham na área de jogos e tem pouca exposição, do que vai inevitavelmente acontecer se eu tiver mais exposição. muitas de nós olhamos para alguém como Zoe Quinn ou Anita Sarkeesian e ter mais visibilidade cultural não é uma imagem muito desejável. viver sem privacidade não é desejável. viver com medo pela sua segurança pessoal por fazer o que você quer fazer não é desejável. eu tenho minha vida inteira pela frente. eu ainda estou lidando com uma tonelada de questões envolvendo depressão e ansiedade. eu não quero que isso seja arruinado por algumas pessoas que não conseguem ter uma vida própria e me deixar em paz. este par de tweets pelas escritoras Lana Polansky e Patricia Hernandez resumem bem:
(Lana Polansky: tipo, porque, como mulher, eu iria QUERER sucesso nessa indústria onde nerds rancorosos estão constantemente tentando me detonar e arruinar a minha vida?)
(Patricia Hernandez: Constantemente desapontada e horrorizada com o que alguns da comunidade gamer são capazes. O fato de que as pessoas continuam apesar de tudo é notável.)
nesta noite apenas, uma ou mais pessoas que presumidamente estavam perseguindo Zoe começaram a alvejar indies que são suas amigas ou conhecidas. agora, muitas indies e qualquer pessoa tangencialmente envolvida estão correndo para autenticar suas contas com dois fatores, trocar senhas e fechar seus twitters. existe um sentimento de que uma guerra foi declarada a pessoas indies, especialmente as focadas em justiça social, e muitas estão assustadas. na hora que escrevo, uma hashtag de twitter - #welovegamedevs - surgiu em resposta a tudo isso.
em uma thread recente no canal /v/ do 4chan (que já foi deletada), uma foto da homepage do Phi Fish alegando ter sido hackeada por “um líder do Anonymous e moderador-chefe do /v/” postando suas informações bancárias e telefone, e, entre outras coisas, disse que estava alvejando outras SJW (Social Justice Warriors, ou guerreiras da justiça social) e desenvolvedores indies. a thread estava cheia de comentários proclamando que Fish deve estar tão desesperado que falsificou isso tudo ele mesmo e que não poderia ser alguém do /v/ por que lá não existem moderadores-chefe. imagino que não ocorreu a ninguém ali a possibilidade de alguém escrever imprecisões para servir de piada interna e / ou para convencer mais pessoas no 4chan de que era tudo fingimento. o nível de culpabilização da vítima me surpreendeu - ESPECIALMENTE considerando que sua conta de banco pessoal estava divulgada na página. muitos pareciam desesperados em afastar a culpa do 4chan e de sua cumplicidade, o tempo todo sem ver a ironia em seu compartilhamento de informação “doxada”. acho que mesmo eles não queriam acreditar que pessoas entre eles estavam realmente fazendo essas coisas, porque eles sabiam que isso apenas iria ferir o que vêem como sua “causa”.
então, qual é exatamente sua causa? não é fácil de saber, mesmo lendo várias de suas threads. 4chan é um submundo intensamente com um intenso déficit de atenção que é conhecido principalmente por caos com pouca responsabilidade ou discussão séria continuada. esse é possivelmente sua maior atração para muitos na comunidades. no entanto, a melhor síntese que consegui está nestes dois posts (clique para aumentar):
(destaque: nós não estamos alvejando ela, estamos alvejando sites de “notícias de jogos” que postam nada além de iscas para cliques sobre sexismo no lugar de coisas sobre jogos. Sites como Kotaku que sempre fazem artigos como “sexismo nos jogos” e “personagens sem vaginas”, e agora temos um relato de que esses jornalistas estão indo para a cama com esses desenvolvedores por mais publicidade. Esta é uma terrível e corrupta indústria que abusa do público gamer por um boquete/salário barato.)
(a razão pela qual há silenciamento, a razão pela qual essa discussão está sendo morta é porque ela expõe o quanto o jornalismo de jogos como um todo é corrupto. Expõe quanto os desenvolvedores, especialmente os indies, são. Se a Zoe tivesse dormido com quaisquer Cinco Caras, eles teriam noticiado isso (claro que com um viés de “olhem apra esses misóginos”, mas teriam noticiado) mas esse não é o caso aqui. Jornalistas da Kotaku, caras organizando game jams, sendo juízes… essa coisa toda expõe como a indútria é doente tanto do lado da imprensa quanto dos desenvolvedores. E aí você suprime. Suprime, suprime e suprime mais um pouco na esperança de que vá embora, porque se existe uma coisa que qualquer imprensa, não apenas a de jogos, odeia, é ter a câmera voltada para si e suas práticas de merda. Lugares como SA e NeoGAF suprimem qualquer discussão disso por serem ;ugares frequentados por desenvolvedores, jornalistas, indies, desenvovedores maiores ou personalidades da internet e jogos no geral; todos estão interessados em que qualquer discussão disso desapareça. Não tenho certeza sobre o Reddit, mas dado o seu tamanho massivo, é capaz que lá seja a mesma coisa.)
a origem desta última, enorme, tempestade de merda na internet parece ser a de um post de tumblr rancoroso, narcisista e ultra-detalhado de um ex, Erin Gjoni, da Zoe (procure por “the Zoe post” se realmente quiser saber, mas provavelmente você não quer). o post descreve em detalhes sua relação e afirma que ela dormiu com diversos jornalists de jogos e pessoas de festivais para conseguir cobertura positiva, enquanto estava numa relação com esse ex. independentemente do quê a Zoe ter feito ser ético ou não, o post compartilha de forma indiferente um nível assustador de detalhes sobre a relação deles, mensagens privadas e conversas de facebook entre ele e Zoe, apresentado-as como “provas”.
o post gerou diversos vídeos de youtube, como este (que até a data tem mais de 500.000 visualizações e uma boa proporção de gostei/não gostei), associando ela dormir com pessoas por cobertura positiva a algum tipo de conspiração entre jogos indies e jornalistas. John Brindle desconstrói em detalhes a metodologia distorcida desse vídeo e de outros como ele bem melhor do que eu poderia aqui (clique para aumentar):
(tweets em formato texto corrido: A coisa que mais me assusta em campanhas como a contra Zoe Quinn e Sarkeesian é sua retórica constante de terem provas ou evidências. De exporem o “errado”. Eu assisti alguns dos vídeos de youtube e memes no imgur, apesar de saber não ser boa ideia. Fazê-lo é entrar em um mundo realmente assustador de a lógica investigativa é distorcida, extendida e espalhada tanto quanto é gritada. A retórica, a l[ogica das frases: “X disse Y. Mas um post por Z no tempo A disse B. Como pode X ter Y se A e B? Não faz sentido”. Mas apesar de acharem que algo está visível, não existe nada lá. É tudo o maior amontoado de merda - mal explicada, vaga, sem provas, cheias de pressupostos - e, claro, LOTADA de simbologia misógina - que já vi. Prova, aqui, é como o lenço branco e vermelho em Otelo - um exagerado trapo de nada suado pro quem puder manipulá-lo. E você, claro, irá se lembrar do que acontece com as mulheres nessa peça. Quando uma pessoa se torna alvo desse tipo de ação investigativa hiperativa fica revelado o quanto o escrutínio “racional” pode ser violento em si. Qual é o risco de ser ser abusivamente desorientado (gaslighting) quando suas ações são tiradas de contexto, cortadas, aparadas, esticadas, recicladas, com setas vermelhas espalhadas sobre elas? Qual o risco disso quando usa imagem, paralisada pelo medo, é costurada através de um processo de produção e reprodução muito semelhante ao da criação de memes? Existe uma quase-indústria dedicada a perpetuar, em uma forma muito intensa, o velho uso da “razão” como uma arma contra mulheres. )
um storify completo com os tweets está aqui. o que mais me choca, além do nível bizarro e arbitrário de detalhes com que a relação está documentada no post de Gjoni (ex. “tive meu primeiro ataque de pânico no dia 29 de Abril”), é que ele usa a linguagem dos jgoos e regras para analisar intensamente os potenciais resultados de situações em que ele sentiu que foi colocado na relação deles. como John Brindle observou, a fala sobre peças de quebra-cabeça e investigação parece com uma versão pervertida do protagonista no popular jogo Braid. isso também lembra o tipo de estratégias universais e “verdades” sobre o sexo oposto desenvolvidas e disseminadas por “artistas de cantadas” (pick-up artists), mas de certa forma vindo da linguagem dos jogos - e da cultura dos jogos, em como jogos desumanizam e e desencorporam sujeitos.
não surpreende, então, que esses gamers parecem não ter problemas em toamr as dores de um ex rancoroso que parece, sem dúvidas, querer destruí-la e atrair o máximo de abuso possível em sua direção (como está acontecendo agora).
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eu admito - quando ouvi sobre Depression Quest pela primeira vez, eu tive uma reação bastante mista. eu fiquei feliz de ver um jogo mais visível examinando assuntos sérios relacionados à depressão e eu conhecia o suficiente sobre Zoe para saber que ela esteve realmente lutando abertamente com isso. ela tinha, de fato, dito que fazer o jogo tinha salvado sua vida. mas eu também estava cética porque senti como se o jogo estivesse tomando alguns dos temas abstratos de vários jogos pessoais de Twine que estavam sendo feitos na época e empacotando eles de uma forma mais universal, superficial e mainstream. “depressão” é um conceito cultural tão amplo que pode surgir de diversas fontes - a ideia de que continua sendo uma coisa inerentemente abstrata e alien que deve ser compreendida não nos deixa aprofundar questões sobre as origens bastante reais das quais normalmente brota. na real, a depressão é infelizmente uma forma de vida bastante normalizada. vivemos em um mundo que leva as pessoas a desenvolverem intensas ansiedades e doenças mentais. então eu sentia que outros jogos tinham tratado das origens dessas questões a partir de ângulos mais interessantes, mas que não estavam sendo reconhecidos pela cultura por não serem tão agressivamente divulgados.
apesar das minhas críticas, a situação que surgiu ao redor do jogo desde então digrediu muito além de quaisquer das intenções ou problemas originais do jogo, tornando-se uma estranha e terrível espécie de batalha cultural. algo sobre Zoe em especial - talvez que o jogo dela de repente estava em todos os lugares, talvez ela ser uma mulher que usava sua imagem online abertamente e sem pedir desculpa a ninguém, talvez por ela parecer estar em todos os lugares - ativou uma chave na consciência do grande contingente gamer reacionário. e assim, Zoe tornou-se o bode expiatório para cada pedacinho de misoginia e raiva mal-direcionada que essas pessoas sentiam. ela parece a eles como uma colagem amorfa de tudo que vêem de errado com as mulheres - manipulativas, vadias, ser uma “vadia querendo atenção” (attention-whore). a ideia de confiar nas palavras de um ex assustadoramente narcisista que quer arruinar a reputação dela é ok para eles, porque ela encaixa na sua visão de mundo. de repente eles tem uma situação conveniente que explica todas as suas desilusões e frustrações consigo mesmos e a cultura dos jogos. de repente, a questão é toda sobre a cultura dos jogos como um todo e a ética do jornalismo de jogos, como neste post:
(post no 4chan: LEMBRANDO QUE SE VOCÊ ACHA TUDO BEM / EMPATIZA COM O QUE ESTÁ ACONTECENDO VOCÊ ESTÁ: > satisfeito com grupos pequenos e invisíveis determinando que assuntos são ou não permitidos de serem falados em sites. especialmente conversas sobre tais grupos. > satisfeito com videos e sites críticos serem etiquetados como “assédio” sempre que alguém arbitrariamente quiser e rapidamente ser silenciado. > satisfeito com desenvolvedores escolhendo a dedo quem pode criticar seus jogos. > satisfeito com fisiologismo e favoritismo determinando o sucesso de um jogo. > satisfeito com grupos independentes sendo etiquetados como “opressivos” ou “propagadores de ódio” e desligados sem questionamentos e depois colocados numa lista negra da imprensa. > satisfeito com comunidades na internet sendo demonizadas e ridicularizadas sem questionamento ou provas, para o lucro direto de um indivíduo.)
isso não quer dizer que não existem alguns grãos de verdade nessas críticas. a cena indie é frequentemente fechada em panelinhas e prevalecida (entitled). você se beneficia tremendamente se conhecer as pessoas certas e existem muitas relações incestuosas e possíveis conflitos de interesse atuando sobre espaços de jogos, então não é um pulo tão grande assim fazer essa crítica. mas focar no bicho-papão dessa aparentemente amorfa, malévola mulher manipuladora que usa qualquer ferramenta a sua disposição para conseguir imprensa positiva e reviews (que, por sinal, nunca se materializaram pelo menos em um caso - Nathan Grayson, um escritor da Kotaku com quem ela supostamente dormiu, nunca escreveu uma review de Depression Quest) diz muito mais sobre medo das mulheres do que qualquer coisa sobre os (numerosos) problemas no jornalismo de jogos e a cena indie. tanto faz que muito da cobertura sobre a indústria, até mesmo do seus queridos youtubers, funciona como relações públicas glorificada. na real, a maior parte do jornalismo de jogos já é tremendamente confuso e disfuncional, e num nível muito maior e mais fundamental do que o que essas pessoas acham do “escândalo” da Zoe Quinn.
Para mim, minha grande crítica dessa nova cultura indie - de que ela é uma extensão da cultura da tecnologia e que é em última instância focada em produtos, apesar de frequentemente buscar outra imagem, e que não é nem de longe tão aberta a novas pessoas e ideias como se acredita ser, de que muitas das coisas interessantes que estão acontecendo em jogos independentes (como vários dos jogos livres feitos por pessoas como increpare e coisas no gamejolt ou warpdoor ou forest ambassador por exemplo) não são realmente reconhecidas como parte da “cena” ou dada muita cobertura por meios mais mainstream, de que escritores que sim dedicam seu tempo olhando para aspectos mais interessante são constantemente marginalizados e ignorados dentro e fora da cena, de que muito do que sai da cena indie mais visível apenas reflete os mesmos valores da indústria de jogos triplo-A mesmo se dizendo mais progressista / feminista / o que for - está totalmente ausente das críticas dessas pessoas. elas não se importam de verdade com a falta de reconhecimento ou cobertura para novos jogos interessantes feitos por pessoas de fora (outsiders). eles se importam com conseguir de volta esse sentimento abstrato e indefinível de uma cultura comum criada e incentivada pela mídia corporativa que aprece estar se perdendo para eles. eles são pessoas tremendamente assustadas e amedrontadas. ironicamente, dado o que falam sobre seus alvos serem reclamões e emocionais demais, eles são muito mais irracionais e abertamente emocionais nas suas respostas. eles se importam apenas em atuar sobre seus numerosos gatilhos emocionais de qualquer jeito possível, e usando quaisquer ferramentas disponíveis. eles são tremendamente paranóicos.
(post no 4chan: eu não aguento mais, caras. videogames são deles agora. eles estão arruinando-os para nós. estou achando que o único jeito para mudarmos as coisas é comprar coisas de devs japoneses. você acha que eles se importariam com esses absurdos dos SJW (defensores da justiça social)? o que precisa acontecer é uma ruptura, para que a coisa toda não dobre sobre si mesma. igual a qualquer arte normal: nós precisamos de duas escolas de pensamento em videogames. a escola progressista de merda dos SJW ocidentais e escola romântica / tradicional. nós provavelmente não podemos parar a escória, mas podemos atrasá-la. Comprar algumas merdas estranhas, sexistas, estrangeiras. Comprar jogos como Killer is Dead e Catherine e o que for. eles não estão ouvindo à razão, então vamos usar a economia como nossa arma.)
uma das maiores fontes de paranóia que eu percebi ao ler a minha primeira thread no 4chan sobre o assunto é que o ativismo por justiça social vai destruir comunidades como o 4chan. essas pessoas se sentem tão sem poder em suas vidas que elas vão para comunidades como 4chan ou reddit para poder sentir algum tipo de empoderamento, para agir sobre algo, para se sentir parte de algo maior. é daí que vem todo o mito do Anonymous, de que uma pessoa sozinha com seu computador tem um poder tremendo para derrubar a elite escusa. mas, nessa ação, não há responsabilidade e nenhum código moral. qualquer um com os recursos pode mobilizar pessoas para alvejar que bem quiser. as vezes ataca contra os interesses do poder, mas tão frequentemente quanto, é uma raiva conservadora e reacionária que emerge da desilusão e do medo e que é constantemente externalizada em cima de pessoas marginalizadas, especialmente mulheres e pessoas queer.
eles sofrem para compreender e se ajustar a um panorama cultural que muda rapidamente, dentro e for dos jogos, que está se distanciando de tradicionalmente satisfaze-los e de seus valores sem empatia em direção a algo mais perceptivo e atento culturalmente. e assim eles encontram explicações fáceis para esses fenômenos complexos que se encaixem em sua viisão de mundo preconceituosa - bichos-papão de mulheres más, manipuladoras e enganosas como Zoe Quinn ou Anita Sarkeesian. eles vêem a si mesmos como anti-autoridade e anti-poder, mesmo quando suas ações são tremendamente condervadoras e tremendamente servis aos interesses do poder. eles vêem o ativismo por justiç social (e jogos indies) como produtos dos ricos, dos elitistas e prevalecidos (entitled) que estão usando sua agenda para infiltrar-se na mídia dominante e ignorar o mercado gamer comum como audiência. eles olham para personalidades estilo “cara normal” como JonTron ou TotalBiscuit ou Penny Arcade - que não tem qualquer tipo maior de ética jornalística além de “ser engraçado” - que refletem seus valores e estilos de vida. eles empregam a mesma lógica que é usada contra populações LGBT e marginalizadas por líderes no poder em lugares como Irã ou Rússia - justiça social é parte da vontade de domínio (entitlement) ocidental e são indulgências que estão ativamente destruindo os estilos de vida de pessoas medianas, comuns. eles continuamente afirmam que esses assuntos de justiça social não importam comparados com grandes políticas ou conflitos globais, e usam isso apra justificar seu comportamento. porque a justica social não é uma questão “real”, mas coisas de bebês mimados que não se importam com questões globais, seu bullying é justificado e virá sem consequências no final. a internet é, então, um playground para eles realizarem suas próprias paranóias e inseguranças.
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tradicionalmente eles estiveram certos nesse último ponto. eu acho que o que estamos vendoa gora, no entanto, é que as ações desse contingente conservador extremista estão finalmente tendo consequências. questões de justiça social não vão ir embora dos jogos ou dos espaços de mídia, e a quantidade de material cheio de ódio recebido pelas pessoas da indústria no geral estão tendo cada vez mais atenção na esfera midiática mais ampla. este evento, em seu extremismo, pode ser crucial em criar ainda mais conscientizaçao.
isso tudo parece, de certa forma, ser um último suspiro de desespero dos fracos e sem empatia contra as viradas inevitáveis em direção ao progresso. é um ato intensamente auto-destrutivo - é como se eles soubessem que perderam no final, então estão tentando levar junto qualquer um que conseguirem derrubar. e tudo que posso realmente fazer, no fim das contas, é sentir dó deles.
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