Capa do podcast Ataque #12 |
“[as pessoas que organizam o BIG] não são desenvolvedores — são pessoas que vieram de agências do governo e associações que visam a aumentar o impacto econômico que o desenvolvimento de jogos tem no país. Por isso há em muitos pontos uma distância cultural e de conhecimento muito grande entre a comunidade indie e os organizadores.” (Marcos Venturelli)
Ou seja: o maior evento indie não foi concebido por indies, mas por empresários de advergame e aspones. Tendo por objetivo "aumentar impacto econômico", o que bem sabemos que é só eufemismo pra "vamos encher o rabo de dinheiro e foda-se a base do movimento". Isso não é um detalhe divertido que "não tínhamos nos dado conta", isso é a razão das tensões de classe que se formam em torno do BIG.
Uma posição anarquista é urgente: ninguém que não seja o indie pode decidir o que o indie é ou como ele deve estar organizado. Um evento controlado por qualquer coisa menos o indie não é um evento indie. É um evento que usa o indie como fonte de energia, que explora os indivíduos e símbolos do videogame independente em prol de interesses mesquinhos.
É interessante notar também que Bruno Izidro não colheu depoimentos da GWU Brasil, mesmo que seus canais de comunicação estejam acessíveis* e uma tréplica já tenha sido redigida pela organização**. Suponho que isso se dê porque a GWU Brasil não está baseada em opiniões de indivíduos ou humores, mas em objetivos organizacionais, e portanto não serve ao jogo do networking que parece orientar a narrativa da matéria. Me pergunto o quão comprometido Bruno está nessa bagunça de nomes e famas.
*gwubrasil@gmail.com e @GWU_Brasil no Twitter.
**A tréplica foi escrita conforme o mesmo procedimento que culminou na carta aberta, e rebate a resposta do BIG à primeira carta: https://docs.google.com/document/d/1-bjactiY1_N4yE80Uyg0c1lPawrvSgwmQagV9TxLNVU/edit
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